De volta à TV Globo para segunda temporada de Louco por Elas, Deborah Secco conta o que aprendeu com a vida
Déborah Secco: sem medo de ser feliz
Sem medo de arriscar, Deborah Secco mostra que não tem nada de errado em quebrar a cara e tentar de novo para, no final, ser muito mais feliz. Nós ensinamos você a ser tão ousada quanto ela.
Com os meus 30 anos, eu aprendi que... não podemos ter expectativas, apenas sonhos
"Minha vida é uma loucura. Posso acordar um dia em São Paulo e passar a noite no Rio de Janeiro. Sempre foi assim, desde que eu era criança e interpretava a Carol, de Confissões de Adolescente. Não consigo planejar o que vou fazer daqui a dois dias, então nem me atrevo a traçar grandes metas de futuro. Não sei quando conseguirei tirar férias ou passar cinco dias inteiros com o meu marido. Há dez anos, eu sofria com isso. O que me machucava era a certeza de que não poderia ficar ao lado das pessoas que eu amo. Vivia pensando: 'Ah, vou gravar rapidinho, pegar um avião e ir correndo ver a minha mãe!'. Aí a gravação atrasava e eu ficava chorando. Essas expectativas geram frustrações, e ninguém aguenta isso todo dia. Então, parei de ter expectativas. Comecei a ter apenas sonhos que realizarei assim que possível, como ter filhos. Se isso não acontecer hoje, será daqui a uns anos. Não estou me privando de fazer nada, só deixando algumas coisas para o destino. Isso a gente aprende quando a maturidade aparece."
Com uma personagem, eu aprendi que... não somos o que queremos, mas o que podemos ser
"O papel mais polêmico que fiz foi o de Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha. Para interpretá-la, conversei com mulheres que se prostituíam e as conheci em todas as fases: saindo do colégio empolgadas com o dinheiro que poderiam ganhar, no auge da carreira faturando alto e em decadência vendendo o corpo para comprar uma pedra de crack. Eu as via voltando de um programa como quem tinha ido ao banheiro. Se essa falta de reação me assustou, também me fez pensar. Descobri que as pessoas não são o que querem, mas o que podem ser. Às vezes não conseguimos realizar aquele sonho antigo e temos que seguir em frente com o que está ao nosso alcance. Até com as pequenas coisas é assim. Eu adoraria parar de comer chocolate e acordar com o corpo da Gisele Bündchen, mas não dá. Queria ter mais forças para impor as minhas vontades, queria ser mais firme e dizer não, mas não consigo. Sou do jeito que sou e pronto. A única coisa que posso fazer para não ficar triste é aceitar isso. Se as coisas saíssem exatamente do modo que a gente imagina, seria incrível. Mas a vida é cruel, né?"
Déborah Secco: forte e madura
Com o meu casamento, eu aprendi que... manter a discrição é a coisa mais importante para um relacionamento
"Eu e o Roger (Flores, jogador de futebol) temos agendas superlotadas e somos famosos, o que poderia complicar a nossa vida. Só que estamos acostumados com a falta de rotina e nos adaptamos muito bem a isso. O que mais atrapalha um relacionamento desse tipo, na verdade, é quando as pessoas tentam entrar na nossa intimidade. Fotografam a gente saindo de um supermercado e criam uma notícia absurda a partir daí. Somos um casal como qualquer outro: rimos, choramos, discutimos, sentimos saudade. Mas, no geral, somos felizes. E eu aprendi que essa felicidade só é plena quando protejo muito o que tenho com ele dentro de casa. Não tenho problemas para falar sobre a minha vida pessoal, mas relacionamentos são delicados e podem estragar com uma facilidade enorme."
Com as crises, eu aprendi que... você pode escolher entre ser feliz e ser triste. Eu escolhi ser feliz
"Sei que é clichê, mas não posso ir contra a verdade: a vida de qualquer pessoa tem coisas boas e ruins e somos nós que decidimos onde colocar o nosso foco. Se eu quisesse ser uma pessoa infeliz, teria todos os motivos do mundo. Afinal, também brigo com quem eu amo, fico chateada por algo ter dado errado e, claro, tenho que enfrentar milhões de boatos malucos que inventam sobre a minha vida. Mas, quando algo me deixa chateada, eu me permito remoer o assunto só por quinze minutos. Depois, para superar, penso em coisas boas: minha carreira, meus sobrinhos, o abraço do Roger, o jeito como a minha mãe diz 'Bom dia, filha!'... Aí tudo passa. Minha mãe, aliás, sempre me deu bastante força. Ela, que perdeu uma filha quando era jovem, costuma dizer que sempre conseguimos suportar os sofrimentos - por mais fortes que sejam. Levo esse mantra para a vida inteira. Eu fiz a escolha de ser feliz."
Com os homens, eu aprendi que... ninguém está imune a uma traição
"A traição é algo bem comum para o sexo masculino. Triste, eu sei. É até compreensível que alguém se apaixone por uma pessoa mesmo quando está comprometida com outra. Afinal, nós conhemos gente interessante o tempo todo e corremos o risco de cair em tentação. Não sou ingênua, sei que isso pode acontecer. Só que não dou tanto peso à traição física. Essa também machuca, mas não dói tanto em mim quanto a emocional. Quando uma pessoa de quem você gosta se envolve de verdade com outra mulher, é difícil demais. Não vou dizer que não acho feio. É errado, sim. Mas cada caso é um caso. Às vezes é compreensível. Somente o casal poderá decidir o que deverá ser feito para resolver a questão."
Fonte: Revista Nova