"Eu quero ser ainda mais feliz em 2010!"
- Depois de um 2009 quase perfeito, Deborah Secco aposta todas as suas fichas no novo ano e revela as suas expectativas no trabalho e no casamento com Roger Flores
Edição 539 - 11/JAN/2010
"Eu quero ser ainda mais feliz em 2010!"
Depois de um 2009 quase perfeito, Deborah Secco aposta todas as suas fichas no novo ano e revela as suas expectativas no trabalho e no casamento com Roger Flores
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O prato de brigadeirão está pronto, com o aroma do doce - ainda quente - tomando conta do pequeno estúdio de fotografia no 22º andar de um prédio em Ipanema, na zona sul do Rio. Guarde essa informação: o brigadeirão quente no prato. Ele está à espera de sua "dona", acompanhado de algumas latinhas de Coca Cola Light (vai entender...), único pedido feito pela atriz Deborah Secco para posar para Gente, escolhida pela revista para ser a capa número 1 de 2010. O destaque tem razão de ser. Afinal de contas, o ano promete para a atriz, que acaba de completar inacreditáveis 22 anos de carreira.
Deborah chegou para a sessão de fotos às 11h30 da manhã do dia 14 de dezembro, de rosto lavado, cabelos ainda úmidos, jeans e camiseta com a estampa do filme O Fabuloso Destino de Amelie Poulain. Simples, bem disposta, Deborah está feliz. Pudera, vive um momento mais do que especial, sobretudo em 2009, com um duplo début: estreou no time das casadas e atuou em seu primeiro papel como protagonista no cinema. De quebra, completou 30 anos mês passado. Não é pouco para qualquer mulher, o que dirá para uma das estrelas mais badaladas da tevê brasileira.
Sentada na sala de maquiagem, a atriz tenta voltar ao fuso horário de uma pessoa normal, após três meses de filmagens em São Paulo - boa parte delas feitas de madrugada. Na pele da garota de programa Bruna Surfistinha, ela gravou literalmente todos os dias e, agora, não vê a hora do longa O Doce Veneno do Escorpião - com estreia prevista para o primeiro semestre - chegar aos cinemas do País. "Quero que as pessoas sintam pelo menos um milésimo do prazer que eu senti fazendo esse filme, vendo", suspira.
Esse mergulho de cabeça no trabalho teve seu preço também. Deborah passou a morar em São Paulo, ficando longe da família, dos amigos e da praia - que ela adora! - por 90 dias. Nesse meio tempo, fez novos amigos, circulou pela cidade e até tomou banho de chuva. "Foi o mais perto que consegui chegar da natureza", brincou. Pausa no papo, o maquiador sugere o uso de um spray bronzeante "para dar uma cor" nas pernas da atriz. Pois é, mais um reflexo da temporada paulistana.
Mas parece que nada tem abalado o humor da atriz: nem a solidão, nem o popular bronze "escritório" recém-adquirido. Prova disso é a maneira como ela tem encarado o casamento a distância, digamos assim, com o jogador Roger Flores. Há sete meses juntos, eles se viram um punhado de vezes, já que o rapaz atua pelo Qatar S. C (onde tem contrato até junho), time do Oriente Médio distante 11 mil quilômetros da casa da atriz, no Rio. Apesar de lançar mão de toda a tecnologia disponível - celular, recados em sites pessoais e conversas online - e muitas milhas de voo, é evidente que a falta de convivência pesa. Porém, é bem administrada por ela. "A gente se respeita, a gente se admira, a gente torce um pelo outro, mesmo que para isso a gente sacrifique as nossas maiores vontades, que é o cotidiano, que é o abraço da noite, que é o dormir junto. Mas o amor não pode ser egoísta", declarou com serenidade.
De fato, Deborah está mesmo de bem com a vida, feliz no casamento e radiante com o trabalho. A tal plenitude, tão almejada pelas mulheres. Está mais sensata, se conhecendo melhor, sabe do que não gosta e tem vivido com menos ansiedade. Madura? Sim. Mas foi só ouvir que o bendito brigadeirão estava servido, para um sorriso sapeca se abrir. Aquele mesmo visto em 1997, quando Deborah era a espevitada Carol, do seriado Confissões de Adolescente. À seguir, essa "pós-adolescente" fala de suas expectativas para o ano que começa, no trabalho, com a família, junto aos amigos e, claro, no seu casamento. Tudo entremeado com outras confissões de quem inicia 2010 com o pé direito.
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Trabalho
"... quero uma estreia maravilhosa do meu filme, O Doce Veneno do Escorpião, com uma bilheteria fantástica, que as pessoas sintam um milésimo do prazer que eu senti em fazer.
E tem teatro e novela pela frente?
Sim, quero realizar a minha peça, que eu já tenho na cabeça, uma ideia minha com adaptação do Jorge Furtado. Quero muito estar no palco de novo, estou com saudade. E tem a novela também, do Gilberto Braga, no final do ano.
Família
"... gostaria de estar perto da família, o máximo que eu puder, mesmo sabendo que este máximo pode não ser o suficiente. Nem para mim, nem para eles. Família faz falta, mas com o tempo você vai aprendendo a conviver com isso. São 22 anos tendo momentos ausentes, nem sempre posso estar nos aniversários, nem sempre posso ter meu aniversário junto deles, Natais. Mas sei o que eles sentem por mim e eu por eles, não preciso da presença física para estar com eles. Estamos juntos, mesmo quando estou sozinha."
Falando nisso, você tem problema com a solidão?
Gosto muito de ficar sozinha. O silêncio e a solidão me fazem ouvir o que eu realmente sou. Gosto muito de ler e escrever, contos, poesias, coisas que eu vou sentindo e escrevendo.
E nesse exercício de se ouvir, tem encontrado mais perguntas ou respostas?
Estou tentando entender quem sou, o que quero... Viver é isso, tentar se descobrir. Mas as perguntas não têm fim. Quanto mais você começa a se investigar, mais quer saber. E estou neste grande momento, de ter recebido muitas respostas. Mas a quantidade de perguntas tem dobrado!
Amigos
"... quero aprender a ser mais amiga. Poder estar mais perto, mesmo que por e-mail ou uma carta. Fiz grandes amigos em 2009 e quero mantê-los. E isso precisa de um empenho. Não sou de deixar mensagens de parabéns no Facebook: eu ligo, deixo recado, mando presente... tenho poucos amigos mas a gente faz muita coisa junto."
É verdade essa sua fama de ser generosa?
Não sei se generosa, mas sempre fui uma pessoa que pensa mais nos outros do que em mim, o que pode até ser um defeito meu. Mas tudo bem, um dia a gente vai chegar num equilíbrio. Meu maior prazer é ver as pessoas felizes. Consegui dar uma casa própria para todos da minha família, meu irmão, minha irmã, meu pai, minha mãe. Tenho uma vida confortável e pude ajudar a todos no início. Era meu único sonho de consumo e foi realizado. Ajudar meus irmãos a estudar em bons colégios, nas melhores faculdades, morar fora para falar outras línguas, coisas que eu não tive porque estava trabalhando. Isso me realiza muito. Me deixa muito feliz saber que contribuí com tudo isso.
Dinheiro
"...nunca sonhei muito nesse sentido. Ultimamente tenho aprendido a me preocupar com o futuro, algo que nunca foi importante para mim. Não tinha esse apego ao dinheiro, mas hoje acho que ele pode me fazer falta. Nunca fui muito para mim, sempre fui muito mais para os outros. Não digo que, agora, vou fazer meu "pé de meia" porque acho que não vou conseguir, mas acho que devo ter alguma coisa guardada para alguma emergência."
Mas não tem desejos materiais?
Ah, eu quero comprar muitas coisas, mas eu sei que não vou conseguir tudo. Não tenho essa pretensão. Queria muito poder comprar um apartamento em Paris, um em Nova York, mas tudo bem, se não dá, a gente fica em hotel, em casa de amigo, tá tudo certo! A gente não vai ser mais ou menos feliz por causa disso (risos). Tem gente que muda seu padrão de felicidade por isso. Eu não.
Amor
"... que ele continue pleno e em paz. Eu consegui uma coisa muito prazerosa com o Roger. Não quero que mude, quero que continue. Sem posse, obsessões, dois indivíduos querendo uma vida juntas, sem querer fazer do outro sua propriedade. Que isso se torne mais forte e mais maduro."
Não sente falta? Não o quer mais perto de você - física e geograficamente falando - neste ano?
Eu quero ele feliz, perto ou longe. Se ele feliz estiver longe, prefiro ele longe. O amor não prende, o amor liberta. E a maior prova que a gente se dá é essa, de saber que a gente se respeita, a gente se admira, que a gente torce um pelo outro, mesmo que para isso a gente sacrifique as nossas maiores vontades, que é o cotidiano, que é o abraço da noite, que é o dormir junto. Mas o amor não pode ser egoísta. Se a felicidade dele neste momento está lá, a gente tem uma vida inteira pela frente. Imediatismo não é amor, é posse, é uma das coisas mais tristes, é como colocar um passarinho numa gaiola. Se você ama, deixa ele voar e ser o mais lindo dos pássaros. Que ele vai voltar para você. É o que eu mais quero em 2010: que a gente continue com essa plenitude e com essa paz que a gente conseguiu.
Fonte: Isto é Gente