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Deborah Secco vai viver Glorinha na peça que tem estreia prevista para 5 de abril no Tuca
Existe certa resistência em reconhecer Deborah Secco como uma boa atriz. Entre a garota fofa surgida no seriado “Confissões de Adolescente” e o seu desempenho barra-pesada – e definitivo – no filme “Bruna Surfistinha”, ela fez na vida real a jovem doidinha, a namoradeira e mais recentemente a reflexiva, dando entrevistas sobre como a terapia mudou sua vida e a levou a entender a superexposição do passado. A múltipla personalidade contrastou com o trabalho na TV, quase sempre dentro de uma mesma linha. Ali, ela realmente se destacou como as periguetes Darlene e Natalie, personagens das novelas “Celebridade” (2003/2004) e “Insensato Coração” (2011). No restante, foi apenas mais uma bonitinha entre tantas. Até chegar “Bruna Surfistinha” com seu peso dramático e nos convencer de que a estrela pode subir mais.
Como grande parte de sua geração, Deborah também deixou o teatro passar praticamente em branco. Além de alguns espetáculos infantis, a atriz fez “As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant”, ao lado de Denise Weinberg, em 2001 e entrou na comédia romântica “Mais Uma Vez Amor” para algumas viagens entre 2010 e 2011. O ano de 2013 promete trazer o primeiro trabalho significativo de Deborah nos palcos. Adaptação do romance de Nelson Rodrigues, o drama “O Casamento” tem estreia prevista para 5 de abril no Tuca e já está em fase de ensaios. Sob a direção de Johana Albuquerque, os atores Renato Borghi, Elcio Nogueira, Daniel Alvim, Maurício de Barros, Regina França e Vera Bonilha completam o elenco.
Deborah interpreta Glorinha, a filha adorada de um rico industrial. Na véspera do casamento da garota, o pai descobre que o genro foi visto beijando outro homem e desenvolve um jogo psicanalítico que transita entre o incesto e a negação da paternidade como Nelson poucas vezes tratou com tanta clareza. Publicado em 1966, o romance “O Casamento” foi imediatamente proibido pela Censura dos militares. Dez anos depois, a versão cinematográfica dirigida por Arnaldo Jabor e protagonizada por Adriana Prieto e Paulo Porto chegou às telas um tanto alegórica e operística para as intenções rodriguianas daquele momento.
Fonte: Veja SP